Muita gente deve pensar que ontem foi
o meu primeiro dia das mães. Não foi. E essa história começa no final de agosto
de 2011, quando eu me descobri grávida pela primeira vez, depois de alguns anos
de dúvida e dois meses de tentativas.
Resumindo muito, uma semana depois de
confirmar minha primeira gravidez e dois dias depois de anunciá-la para nossos
pais e irmãos, fui diagnosticada com uma gestação ectópica (para quem não sabe,
é a gestação que se dá fora do útero), que estava me causando uma hemorragia
interna. No mesmo dia passei por uma cirurgia de emergência na qual foi
removida parte do meu ovário esquerdo, toda a trompa e o embrião que estava
dentro dela...
Foi a dor mais pungente que eu senti
na vida. Fisicamente foi fichinha, mas meu coração se despedaçou. Pouquíssimas
pessoas sabiam disso até agora, porque eu simplesmente não conseguia falar a
respeito na época.
Depois desse episódio passei por
diversos exames e alguns obstetras que me consultaram me aconselharam a partir
direto para uma FIV (Fertilização in Vitro). E apesar de ter consultado
excelentes profissionais, meu coração me dizia o contrário...
Até que em dezembro do mesmo ano tive
uma conversa informal com a Dra. Eliane, irmã de uma amiga minha, que me levou
a procurar o Dr. Xenofonte Mazzini, o anjo que me estimulou a tentar novamente
por vias naturais, dizendo que a chance de uma gestação ectópica, que
inicialmente era de 1%, agora estava em 15%, mas que para 100 eu ainda tinha
85% de chance de ter uma gravidez natural e saudável. Era janeiro de 2012.
Escolhi seguir meu coração e correr o
risco.
No finalzinho de abril, junto com os
comercias de Dia das Mães - que me afetavam profundamente - comecei a perceber
alguns sintomas e alterações no meu corpo, mas os creditava ao meu desejo de
estar grávida.
Então, no dia 09 de maio, faltando um
dia para o final do meu ciclo, não me aguentei e fiz um teste de farmácia.
Positivo! Os sentimentos se confundiam. Felicidade, medo, apreensão,
ansiedade... E começou a correria. Um teste de sangue em laboratório
oficializou o resultado, mas a primeira ultrassonografia, no dia seguinte, não
revelou absolutamente nada. A médica que realizou o procedimento me orientou a
tentar novamente no domingo, que, pelo índice de hormônio do exame de sangue -
se o embrião estivesse evoluindo conforme o esperado – seria quando daria para
identificá-lo por imagem.
Foi difícil esperar pelo domingo. Eu
sentia dores, não conseguia focar em nada, a ansiedade me dominava. E, para
piorar, só meu marido e meu médico sabiam de tudo.
Mas o domingo chegou. Dia 13 de maio,
Dia das Mães, exatamente um ano atrás. Depois de cumprir todos os compromissos
da data em Taubaté, voltei para São Paulo e fui para o Pronto Atendimento de
uma maternidade perto de casa.
Entrei na sala de exame com o coração
a mil e quando o médico iniciou o procedimento parecia que ele (o coração!) ia
sair pela boca. Mas o doutor apurou a imagem e lá estava o meu embriãozinho,
acomodado exatamente onde deveria estar. E o mais lindo de tudo – pois não era
esperado para a idade gestacional – foi a constatação de que seu coraçãozinho
minúsculo já pulsava lá dentro. Para vocês terem uma ideia, o embrião media
menos de 1mm!
E o meu presente mais inesquecível de
Dia das Mães, apesar de ter amado todos os que eu ganhei ontem (até o de
mentirinha, viu, família?) é a tradução da imagem nebulosa aí abaixo.
Por
tudo o que eu vivi, o meu Feliz Dia das Mães é não só para as que já foram
abençoadas com uma pessoinha para chamar de filho, se esmeram em cuidados e vivenciam
as dores e delícias da maternidade, mas também para as mães por instinto,
aquelas que tem o coração repleto de amor para dar e ainda estão a espera dessa
dádiva divina que é um bebezinho para chamar de seu. Com a certeza de que tudo
acontece na hora certa e exatamente como tem que ser.
FELIZ
DIA DAS MÃES!!!